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RELAÇÃO ENTRE HOMOSEXUAL E A FIGURA MATERNA
RELAÇÃO ENTRE HOMOSEXUAL E A FIGURA MATERNA

O HOMOSEXUAL E O PESO DA ACUSAÇÃO DA FIGURA MATERNA

 Logo que uma pessoa se sente só ou "separada", a angústia apodera-se dela e tanto faz que seja uma criança de seis meses como um adulto de quarenta ou mais anos. Todos nós somos movidos pela necessidade de segurança e de bem estar e a nossa maior segurança é-nos dada pelo amor e protecção da mãe.


Portanto segurança essencial é igual a conservar o amor da mãe assim como angústia equivale à sensação de ter perdido esse amor,de ser moralmente rejeitada, e neste caso a sociedade assume simbolicamente o papel da mãe. "Se cometeres um erro, se mostrares a tua verdadeira personalidade, deixarei de gostar de ti" ou seja "abandonar-te-ei"!

O homossexual sente obviamente que foi "abandonado" que cometeu uma falta e que deve pagar o que é justo, para ele ou ela é a lei da mãe/sociedade que já não gosta dele e que o repudia: Eis algumas declarações de analizandos meus homossexuais: "Minha mãe dizia-me sempre: Se desobedeceres, deixarei de gostar de ti.....! "De cada vez que praticava alguma"maldade", minha mãe amuava como se eu fosse um criminoso/a....!

 

"Se continuares a ser mau/má abandonar-te-ei à esquina de uma rua qualquer, e Nosso Senhor tambem, o diabo virá buscar-te"-"Até à idade de 15 anos ouvi a minha mãe dizer-me; desobedeceste-me, só voltarei a falar-te quando me tiveres pedido perdão. Nesses momentos havia em mim muita angústia mas tambem muito ódio. Nunca era eu próprio. Devia ser sempre como a minha mãe queria que fosse e sei muito bem que,apesar da minha hostilidade contra ela, os seus amuos angustiavam-me tanto que fazia fosse o que fosse só para lhe agradar e apercebo-me agora a que ponto tudo isso era profundamente inconsciente...!"


Conforme o que acabámos de ver a atitude da mãe/sociedade resume-se muitas vezes nisto:-Se não desempenhas o papel que eu exijo de ti,se infrigires a minha lei,se não fores o que eu quero que sejas,se não fizeres o que eu quero que sejas,se não fizeres o que eu quero que faças, abandonar-te-ei. Terás a sensação de ser moralmente culpado/a. Não te perdoarei e não te aceitarei de novo senão quando te submeteres à minha lei.

O resultado lógico deste procedimento é o seguinte:Sempre que o sujeito comete uma falta,ou antes um erro, sente-se moralmente culpado,logo excluido, e ameaçado por perder o amor da mãe,leia-se a aceitação social,e ao mesmo tempo, por perder todo o sentimento de segurança.

E pouco a pouco, implacavelmente, como uma tenaz,a neurose instala-se e o homossexual rejeita o direito de viver,de ser feliz,de ter o seu lugar por direito próprio na sociedade, a espontaneidade, a autenticidade, a autonomia morrem e a opinião dos outros torna-se um molosso com o qual há que contemporizar a cada momento.

A relação com o psicoterapeuta surge então como a procura desesperada de recuperar o direito da sensação de ser amado, seja em que ocasião e lugar for e com quem for,aliás acontece muitas vezes no decorrer de uma psicoterapia que o analisando inconscientemente agressivo se mostra de uma submissão exemplar e de uma delicadeza a toda a prova. Trata-se pois, de uma forma de resistência, o sujeito resiste,uma vez que dar vazão à sua agressividade representa para ele um grave perigo, o de ser desprezado e julgado pelo psicoterapeuta para o qual transferiu todo o peso e significado simbólico da mãe/sociedade

Reside aqui o papel preponderamte do psicoterapeuta como figura contentora, despenalizadora, desconstrutiva e reconstrutiva, ou seja reparadora da sanidade mental do sujeito.